Nosso corpo apenas reconhece o que é nutriente quando as moléculas contidas nos alimentos são quebradas, digeridas e absorvidas pelo corpo. 0 enorme tubo digestivo, cerca de 7 a 8 vezes maior que a altura do ser humano, cumpre o papel de nutrir, com mais ou menos dificuldade, dependendo do seu estado de saúde.
Então, não é simplesmente ingerir o alimento que significa que ele forneceu nutrientes para nossas células, tecidos e órgãos (fígado, pâncreas, pele, rins, etc). Precisamos de um ambiente intestinal íntegro, saudável, equilibrado para que possamos utilizar de forma eficaz o que foi ingerido. E isso pode ser mais do que simplesmente ter consistência e freqüência de evacuações normais, o que é individualmente analisado Normalmente, o que ocorre é que as pessoas não escolhem o alimento pensando no benefício que ele trará ao organismo, ou qual alimento que seu corpo precisa. Mas pelo sabor, pelo prazer fugaz que tal alimento oferece. E não é errado, o prazer deve existir na alimentação, até porque não absorvemos dela o que precisamos se não for saboroso, mas a alimentação deve ser mais que isso. Ela precisa nos fornecer o necessário para uma vida plena, um corpo saudável, disposto, com uma mente tranqüila para realizarmos o que viemos realizar neste planeta.
Além de estarmos nos alimentando apenas na busca desse prazer imediato, estamos rodeados por substâncias que são tóxicas ao nosso organismo, ou seja, danificam, lesam, adoecem. Elas são mais conhecidas quando falamos em toxinas, como a salmonela presente no ovo, das toxinas que migram das embalagens plásticas, ou mesmo advindas do meio ambiente. Também temos as toxinas liberadas pelo stress, metais tóxicos, alergias, e principalmente as armazenadas nos alimentos industrializados.
"Toxina é qualquer substância que possa criar irritação e ou efeitos danosos em um organismo, reduzindo sua vitalidade, tencionando as funções bioquímicas e o funcionamento orgânico". Um grande número de toxinas o primeiro contato ainda é no útero materno e na infância - conseqüência da má alimentação e hábitos de nossas mães, dos poluentes existentes no ar, agrotóxicos utilizados nos alimentos, e mesmo substâncias altamente tóxicas que, por desconhecimento, fomos expostos. Há casos, por exemplo, de exposição direta no couro cabeludo, como no caso dos remédios para matar piolho, como o famoso "DDT", um organoclorado largamente usado na década de 80. Hoje ele é utilizado para controle de pragas nas plantações. A droga foi banida há mais de 30 anos pelos países mais desenvolvidos e no Brasil somente em 1985. A falta de informação, acredito, é uma das causas dos maus hábitos. Se a população fosse um pouco mais bem informada certamente não utilizaria tantos produtos industrializados em detrimento dos naturais. Por outro lado, há a questão dos custos. Os alimentos orgânicos ainda são mais caros e isso dificulta o acesso aos produtos. Por essa razão, ainda é melhor utilizar frutas e verduras, mesmo que com aditivos químicos, do que não utilizá-las na dieta.
Outro exemplo são as gelatinas industrializadas. Há um tempo, acreditava-se que elas traziam benefícios às crianças. Até que, muitos problemas foram detectados ao consumi-las com exagero, levando crianças ao hospital, devido ao excesso de químicos. Hoje sabemos que o que predomina nas gelatinas industrializadas é os derivados de petróleo e corantes. Os refrigerantes, cada dia mais consumidos, também possuem altas taxas de corantes, conservantes, acidulantes, edulcorantes, tudo "ante". Todos, na verdade, antinutricionais. Tais aditivos se acumulam no nosso corpo, no tecido adiposo e no cérebro, atuando no sistema nervoso, fígado, rins, sistema reprodutor e sangue, alterando, inclusive, o peso corporal.
Muitos outros poluentes como os liberados na queima da madeira, do carvão dos churrascos; do lixo contaminando a água, plantas e animais podem causar também alterações no fígado, na tireóide e câncer. As dioxinas, substâncias tóxicas liberadas a partir da incineração do lixo, do branqueamento do papel, da incineração do lodo de esgoto, incêndios florestais, queima de carvão, de tabaco, pneus etc, provocam alteração do sistema imunológico, causando problemas na reprodução, desenvolvimento fetal, podendo ainda levar à alteração hormonal e tumores.
Há perigo de toxinas também nos alimentos de origem animal, aqueles que ingerimos em doses homeopáticas, diariamente, pois nas criações de animais é comum usar hormônios de crescimento, antibióticos e fármacos, além de rações contaminadas com pesticidas. Cerca de 20 anos atrás, as vacas forneciam em torno de 01 (um) litro de leite por dia e eram consideradas boas quando forneciam 10 litros. Na atualidade, as vacas expostas em feiras de exposição de animais fornecem 35 litros diários de leite ou até mais. Imagine o quanto isto é prejudicial para as vacas e para nós, seres humanos? Elas produzem mais leite devido à alta exposição a hormônios, antibióticos, entre outros "venenos".
As conseqüências do alto contato das pessoas com tantas toxinas é que elas permanecem no nosso organismo por cerca de 20 anos, danificando órgãos vitais como o fígado, que deveria estar realizando outras funções além de tentar nos desintoxicar. As toxinas também fazem com que percamos o paladar para alimentos interessantes como frutas, verduras e legumes. Alimentos estes que possuem energia vital solar, alimentos vivos que provocam vivacidade em nós, melhorando o estado de ânimo e nosso bem-estar. Esses alimentos são reconhecidos pelo nosso corpo como nutrientes e utilizados na limpeza das substâncias não reconhecidas.
Há ainda os aditivos químicos em produtos industrializados, os preservativos, os corantes, os estimulantes, os adoçantes e os realçadores de sabor. Hoje já são mais de 4 mil substâncias que o nosso corpo não reconhece e precisa eliminar. Contudo, necessitamos de uma quantidade de nutrientes existentes nas frutas, verduras e legumes para que consigamos nos equilibrar e eliminar de dentro de nós aquilo que necessariamente deva ser eliminado.
Silvana Maria
0 comentários:
Postar um comentário